Mané disse que agora é o começo de outra luta, desta vez junto ao Judiciário - Foto: divulgação |
Michelle Rabelo
Goiânia - Cerca de seis meses depois da morte do
cronista esportivo Valério Luiz, a Polícia Civil apresenta no final da
manhã desta sexta-feira (1/2) três suspeitos da autoria do crime. Eles
foram presos hoje de manhã e a apresentação será durante uma entrevista
coletiva, na qual a polícia deve dar detalhes sobre as investigações em
torno do caso. Entre os detidos estão dois policiais militares cujas
identidades não foram divulgadas.
O secretário de Segurança Pública e Justiça (SSPJ), Joaquim Mesquita, o
delegado Geral da Polícia Civil (PC), João Carlos Gorski, e a delegada
titular da DIH que presidia as investigações, Adriana Ribeiro, vão
participar da coletiva.
Ao todo, foram expedidos quatro mandados de prisão, mas a PC ainda não
esclareceu se tratam-se de prisões preventivas - que duram até a
conclusão do inquérito - ou temporárias – que podem durar desde o
inquérito até o julgamento. Um suspeito ainda continua sendo procurado e
os outros três estão na Delegacia Estadual de Investigação de
Homicídios (DIH).
Dois deles são policiais militares e um já estava preso suspeito de participar da chacina do Jardim Olímpico,
em novembro de 2011 no município de Aparecida Goiânia. O crime resultou
na morte de seis pessoas, sendo uma criança de apenas quatro anos. As
vítimas foram executadas a tiros, principalmente na cabeça. Na ocasião
os suspeitos foram presos em um presídio militar: sargento Divino Romes
Diniz, cabo Ademá Figueiredo Aguiar Filho e soldado Osiris Fernando de
Melo.
Valério Luiz tinha escolhido seguir os caminhos do pai, Mané de Oliveira - Foto: divulgação. |
O pai de Valério, também jornalista esportivo, Mané de Oliveira falou, por telefone, como jornal A Redação e
conta que um dos policiais presos é conhecido como Silveira e foi o
responsável pelo sumiço das provas. Já o civil - que não pertence à
Polícia Militar (PM) teria executado, de fato, Valério.
Segundo o Tenente Coronel Anésio Barbosa os nomes serão divulgados pela
PC, mas assim que ficar provado o envolvimento deles no crime a PM vai
tomar todas as medidas pertinentes. "As provas já foram colhidas e nós
já pedimos a disponibilização delas para a PM. Partimos do princípio de
que todos são inocentes até que se prove o contrário. Assim que os
resultados do inquérito forem divulgados vamos trabalhar com as
penalidades nos âmbitos penal e administrativo".
Mané disse que agora é o começo de outra luta, desta vez junto ao
Judiciário. "As pessoas sabem do conceito que eu tenho junto à imprensa e
ao governo. Sei que tudo que era possível foi feito, mas agora
iniciamos outra luta: prender foi ótimo, mas o que eu quero é que eles
não sejam soltos", pontua.
Assim que assumiu o comando da PC, João Carlos Gorski disse que não via a
necessidade da intervenção da Polícia Federal (PF) no caso, como estava
sendo solicitado por familiares de Valério. “Trata-se de um crime muito
complexo. Existem indícios, mas ainda faltam provas. Não adianta
produzirmos um inquérito com o nome do autor do crime sem as provas
necessárias para condenação”, disse. “Em Goiânia, temos o exemplo do
caso Polyanna Arruda, que demorou cerca de dois anos para ser totalmente
esclarecido”, disse na ocasião.
Para Mané de Oliveira a vantagem de uma possível ajuda da PF é em
relação à inteligência e a aparelhagem técnica. Ele conta que sempre
acreditou na trabalho da PC e que por diversas vezes o governador
Marconi Perillo disse a ele que a resolução do crime era prioridade do
governo. "O Mesquita, o Gorski e o Marconi ajudaram muito", disse.
Entenda o caso
O cronista esportivo Valério Luiz de Oliveira, 49 anos, foi assassinado
em frente à Rádio Jornal - 820 AM no início da tarde do dia 5 de julho,
por volta das 14h, quando ele deixava a emissora. Uma testemunha que
presenciou a cena prestou depoimento no local. De acordo com ela, havia
um motociclista, usando um blusão azul, parado na porta da rádio há
algum tempo. Quando o filho do cronista esportivo Mané de Oliveira saiu
da emissora, o autor fez os disparos contra seu carro, um Ford Ka preto.
Valério Luiz de Oliveira deixou mulher e três filhos - Foto: Divulgação. |
De acordo com um colega de trabalho, Valério Luiz terminou a
participação no Jornal Debates às 14 horas e depois deixou a emissora.
Em seguida, o colega ouviu os disparos. Por volta de cinco minutos
depois, a ambulância do Samu chegou ao local para socorrê-lo, mas o
cronista não apresentava mais sinais de vida.
Carreira
Valério Luiz seguiu os caminhos do pai, Mané de Oliveira, e ingressou na
cobertura esportiva. Começou sua carreira profissional como repórter
esportivo em 1978, pela rádio Difusora, de Goiânia. Em 1980, fez parte
da produção do quadro do Goiânia Urgente pela Tv Goyá, antiga filiada do
SBT em Goiás.
Já passou pelo programa Esporte Total (TV Brasil Central), RBC, Tv
Goiânia e Rádio Anhanguera. Atualmente, Valério Luiz estava na Rádio
Jornal AM 820 e no Programa Mais Esportes, da PUC TV. Valério Luiz de
Oliveira deixou mulher e três filhos.
Adaptações/Saulo Prado
Fonte/ A Redação
0 comentários:
Postar um comentário
Buscado cada vez mais interatividade com os seus leitores; o “Plantão de Policia JTI” agora disponibiliza duas caixas de comentários, a caixa especifica do site, e também a caixa de comentário do Facebook.
“NÃO MAIS SERÃO ACEITOS OS COMENTÁRIOS ANÔNIMOS OFENSIVOS A TERCEIROS NO PLANTÃO DE POLICIA JTI “