Bicheiro estava preso desde 29 de fevereiro; defesa diz que vai recorrer.
O
bicheiro Carlinhos Cachoeira durante sessão da CPI do Congresso que investiga
relações do contraventor com políticos (Foto: Globonews/Reprodução) |
A 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal condenou nesta terça-feira (20) o bicheiro Carlinhos Cachoeira, acusado
de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás e no Distrito Federal, a cinco
anos de prisão em regime semiaberto pelos crimes de formação de quadrilha e
tráfico de influência. Ele também foi condenado ao pagamento de 50 dias-multa,
mas o valor não foi informado pelo tribunal.
Cabe recurso à decisão, e a defesa afirmou que
recorrerá ao TJ do DF.
O regime semiaberto é aquele no qual o réu pode
passar o dia fora do presídio e dormir na cadeia. De acordo com a legislação, a
pena de regime semiaberto deve ser cumprida em uma colônia agrícola ou
industrial.
Na sentença de condenação, a juíza Ana Cláudia
Costa Barreto, da 5ª Vara, expediu alvará de soltura em favor de Cachoeira.
Segundo a assessoria de imprensa do TJ do DF, o alvará foi expedido porque a
prisão não é mais preventiva, uma vez que há condenação. A assessoria do
tribunal não soube informar se ele terá que ir dormir no presídio ou se ele
poderá cumprir prisão domiciliar.
Segundo o advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, o
bicheiro será solto porque tem o direito de recorrer da decisão em liberdade
até o trânsito em julgado da ação (quando não há mais possibilidade de
recurso). A informação não foi confirmada pelo TJ.
Bulhões disse que enviou advogados de sua equipe ao
presídio da Papuda, onde Cachoeira está preso, para acompanhar o cumprimento do
alvará de soltura.
Carlinhos Cachoeira foi condenado, segundo o
tribunal, por tentar fraudar o sistema de bilhetagem do transporte público de
Brasília. Segundo a investigação, durante a Operação Saint Michel, da Polícia
Civil do Distrito Federal, ele tentou forçar uma dispensa de licitação para a
contratação de um sistema de bilhetagem de origem sul-corena.
A Saint Michel é um desdobramento da Operação Monte
Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma
quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.
Cachoeira foi preso em fevereiro devido às
investigação da Monte Carlo. Já preso, foi expedido um novo mandado contra ele
pela Operação Saint Michel. Em outubro, ele obteve
um habeas corpus relacionado às investigações da Monte Carlo, mas continuou
preso em razão do mandado expedido pela Saint Michel.
A defesa
vem sustentando que o decreto de prisão preventiva não se justificava porque se
houvesse condenação, em razão da pouca gravidade do risco, não haveria risco.
[...] Obviamente que a defesa espera que isso se reverta no tribunal. Espero
reverter, estou absolutamente convicto"
Nabor
Bulhões, advogado de Cachoeira
Cachoeira é alvo de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, que investiga as relações dele com
políticos e empresários. O relatório final da CPI deve ser apresentado nesta
quarta (21).
Defesa de Cachoeira
O advogado Nabor Bulhões afirmou que com a soltura de Cachoeira, "começa-se a fazer Justiça". Ele afirmou crer que, na segunda instância, a decisão da condenação poderá ser revertida.
O advogado Nabor Bulhões afirmou que com a soltura de Cachoeira, "começa-se a fazer Justiça". Ele afirmou crer que, na segunda instância, a decisão da condenação poderá ser revertida.
"A defesa vem sustentando que o decreto de
prisão preventiva não se justificava porque se houvesse condenação, em razão da
pouca gravidade do risco, não haveria risco. [...] Obviamente que a defesa
espera que isso se reverta no tribunal. Espero reverter, estou absolutamente
convicto."
Para Bulhões, é um "alívio enorme para
família". "Ele tem três filhinhos, um de 9 outro de 12 anos, que não
vê há nove meses. Então, há dimensão humana envolvida. Eu acho que começou a se
fazer Justiça."
Fonte/ Mariana Oliveira e Felipe Néri
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